13
Abr08
Nem precisava ser "Nada do outro Mundo"...
Pedro Martins
...para se saber que estaria diante de uma peça que prometia. Com o carimbo da ACTA que cada vez mais se vai afirmando, fora do contexto algarvio, e com dois actores - autênticos pesos pesados - Luís Vicente e Paulo Matos aliciou-me à partida. O preço esse, era "municipal" e o público agradece - 5€ não deve ser entrave para se ir ao Teatro.
"Nada do outro Mundo" divide-se em duas peças distintas, separada pelo intervalo, que tenta à partida inovar - pelos meios que dispunham - dividindo a plateia em duas partes, duas margens. No meio estava, numa primeira parte, uma ponte, como qualquer outra, onde o desespero de um homem que, sem nenhuma razão em particular, decidia por fim à sua vida - dado o facto de não saber responder às questões bases da vida, aquelas que nos fazem sentir a vida e querer vive-la - e viu a sua intenção ser interrompida por um jornalista, desajeitado e desesperado, que pretendia reportar aquele momento, aquela tragédia, e fazer disso capa de jornal. No fundo tenta retratar alguma imprensa, dita sensasionalista, que assenta na espetacularidade e com indiferença pelo rigor. Ao longo desta primeira parte somos confrontados com um conjunto de questões que perturbadoras, que ganham maior intensidade com o avançar da acção.
foto retirada do Observatório do Algarve
Numa segunda parte, numa qualquer rua num qualquer bairro, assistimos a uma "caricatura" do preconceito, sob forma de um segurança de bairro que procurava toda e qualquer motivo para incriminar um pobre sujeito que simplesmente decidira sair à rua para espairecer a cabeça. Sem motivos aparentes, de caçadeira em riste e com uma fúria inexplicável, o segurança agride e enxovalha o sugeito, simplesmente porque sim, porque aquela hora uma pessoa, para estar sozinha e sem rumo, ou é "preto ou então é maricas ".
As peças possuem, para além da componente dramática, uma componente humorística muito forte, não só proveniente do texto mas, também, da expressividade levada a cabo pelos actores. Vale a pena a ida ao teatro, que vai andar por outras salas do Algarve, mesmo que seja por "Nada do outro Mundo".
"Nada do outro Mundo" divide-se em duas peças distintas, separada pelo intervalo, que tenta à partida inovar - pelos meios que dispunham - dividindo a plateia em duas partes, duas margens. No meio estava, numa primeira parte, uma ponte, como qualquer outra, onde o desespero de um homem que, sem nenhuma razão em particular, decidia por fim à sua vida - dado o facto de não saber responder às questões bases da vida, aquelas que nos fazem sentir a vida e querer vive-la - e viu a sua intenção ser interrompida por um jornalista, desajeitado e desesperado, que pretendia reportar aquele momento, aquela tragédia, e fazer disso capa de jornal. No fundo tenta retratar alguma imprensa, dita sensasionalista, que assenta na espetacularidade e com indiferença pelo rigor. Ao longo desta primeira parte somos confrontados com um conjunto de questões que perturbadoras, que ganham maior intensidade com o avançar da acção.
foto retirada do Observatório do Algarve
Numa segunda parte, numa qualquer rua num qualquer bairro, assistimos a uma "caricatura" do preconceito, sob forma de um segurança de bairro que procurava toda e qualquer motivo para incriminar um pobre sujeito que simplesmente decidira sair à rua para espairecer a cabeça. Sem motivos aparentes, de caçadeira em riste e com uma fúria inexplicável, o segurança agride e enxovalha o sugeito, simplesmente porque sim, porque aquela hora uma pessoa, para estar sozinha e sem rumo, ou é "preto ou então é maricas ".
As peças possuem, para além da componente dramática, uma componente humorística muito forte, não só proveniente do texto mas, também, da expressividade levada a cabo pelos actores. Vale a pena a ida ao teatro, que vai andar por outras salas do Algarve, mesmo que seja por "Nada do outro Mundo".