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Zurraria - Dizem-me que aqui se escrevem coisas...

Zurraria - Dizem-me que aqui se escrevem coisas...

29
Fev08

A Lust e o Vinil

Pedro Martins
A propósito do último post fica aqui um excerto da "Lust mailling list ", da responsabilidade da (excepcional) Loja de discos Flur , sobre uma reportagem da sic que pretendia reportar o estado do vinil :

agora:
é cansativo quando o mundo em geral
descobre o mundo em particular.
cansa porque o ponto de partida é sempre o zero
e, quando o mundo em geral se explica,
desconhece os pormenores que são a atracção
do mundo em particular,
e então este tem muito mais para justificar.
desta vez a sic, no primeiro jornal de 27 de fevereiro,
aborda o assunto vinil.
como tem sido recorrente,
pelo menos do nosso ponto de observação,
mais uma vez os discos de vinil são encarados
como coisa de colecção, exclusiva,
apresentados como velharias,
na linha do enjoativo nome que deram às reedições
da Valentim de carvalho: do tempo do vinil.
as pessoas que mostram os discos são velhas ou,
se quisermos ter mais pudor, são clássicas,
as suas aparelhagens de vários milhares de euros
parecem, do ponto de vista das reportagens,
tocar sempre os mesmos discos de yes ou jethro tull.
o texto da reportagem na sic afirma mesmo,
enquanto o apresentador coloca no gira-discos
um LP da deutsche grammophon :
"os chamados LPs como este
foram comercializados até 1999."
basta ver a dance tv (na sic radical) de vez em quando
para saber que há discos em vinil
a serem editados todas as semanas.
mas a reportagem continua:
"em várias lojas é possível encontrar, por exemplo,
trabalhos recentes editados em vinil".
depois é deprimente ouvir uma rapariga adolescente
a pegar numa capa sem a menor pista sobre o que seja
e acaba por dizer, meio irritada,
"um catálogo de moda ou uma coisa assim, não sei..."
é um outro mundo.
este país não é para velhos.
23
Fev08

"It's probably just a food baby. Did you have a big lunch?"

Bruno Nunes

Aparentemente, Diablo Cody quer fazer com que o mundo acredite que Juno MacGuff é uma adolescente de 16 anos como tantas outras. Afinal, fisicamente Ellen Page passa bem por tal tarefa, assim como todo a fauna e flora que rodeia o mundo em que vive.
O problema é quando a jovem Juno abre a boca. Se é verdade que a restante juventude presente no filme confere com os predicados que lhe são reconhecidos, Juno é uma mulher de 20 e muitos anos presa num corpo de 16, em toda a descontracção, firmeza e objectividade com que enfrenta a gravidez na adolescência.
A ironia e o sarcasmo como oxigénio para os pulmões, os gostos musicais com Raw Power do grande Iggy à cabeça aliados à fluidez e qualidade do argumento fazem de Juno um belíssimo feel good movie.
O Little Miss Sunshine de 2007 ou 2008, dependendo das perspectivas, tenho afirmado por aí, sendo que de facto Juno já cilindrou LMS em quase todos, senão mesmo todos os aspectos. É, por esta altura, o primeiro indie blockbuster da história do cinema, ultrapassando a meta impensável de 100 milhões de dólares na bilheteira americana, para um filme de origens humildes. A banda sonora, indie até ao tutano conseguiu atingir o primeiro lugar no top de vendas da Billboard, feito notável, ainda que exista talvez um excesso de Kimya Dawson no meu entender.
Nomeado para uma série de categorias nos Oscares, Juno há-de sair com alguma estatueta dourada da cerimónia de domingo, muito provavelmente para o argumento original de Diablo Cody, que a colocou debaixo de olho dos crescidos de Hollywood.
Pela originalidade da escrita, do visual, da banda sonora e de todo o grupo de actores, Juno merece sem dúvida o sucesso que tem tido. Para os adolescentes que querem ou são obrigados a ser adultos e para os adultos que querem mas não conseguem voltar a ser adolescentes, Juno é um olhar com simplicidade sobre a inevitabilidade do crescimento e as mudanças para as quais nem todos estamos preparados, ou pelo menos uns melhor preparados que outros.

22
Fev08

the complete history of music that shaped five generations

Bruno Nunes

Terminou na passada quinta feira dia 21 um leilão em que eu não me importava de ter licitado, caso tivesse o mesmo ordenado que o C. Ronaldo.
Com um valor estimado em mais de 50 milhões de dólares, esta colecção privada de três milhões de discos e trezentos mil cd's abrange todos os géneros musicais gravados do século XX, naquele que é sem dúvida alguma o maior acervo musical em todo o mundo.
Quem vende é Paul Mawhinney, tipo com uma carteira muito grande e um único vício na vida, a música. Diz ele que começou a comprar e coleccionar discos há mais de sessenta anos, o que rapidamente terá desembocado num distúrbio obsessivo-compulsivo que o conduziu à posse de tamanha quantidade de gravações musicais.
No site de apresentação deste espólio escreve-se assim: Every genre of American music is represented: rock; jazz; country; R&B; blues; new age; Broadway and Hollywood; bluegrass; folk; children's; comedy; Christmas, and more. No other collection in the world – publicly or privately held – even comes close.
Ora meus amigos, digo-vos eu que esta colecção foi vendida no ebay ligeiramente acima do preço inicial de licitação, por qualquer coisa como três milhões de dólares, ou seja, 47 milhões abaixo do seu valor estimado. Uma verdadeira pechincha, para quem considera estes valores como pocket money.
Deste modo, fico com a séria dúvida de que o senhor Mawhinney tenha recuperado o seu investimento, mas ninguém lhe pode retirar o mérito da preservação e catalogação de dimensões gigantescas que conduziu ao longo dos anos, pondo sempre o amor à música em primeiro lugar.
22
Fev08

Brit Awards 2008

Pedro Martins
Realizou-se na passada terça-feira a cerimónia dos Britt Awards , de onde saíram como grandes vencedores da noite os Arctic Monkeys (Melhor álbum e banda Britânica ) e os Foo Fighters (Melhor álbum e banda internacional). E ambos fizeram-no com estilo.

Por um lado, Dave Grohl no seu discurso transmitido por vídeo, dada a impossibilidade de estarem presentes na cerimónia, destacou o quão importante era ser reconhecido ao lado de nomes como Huey Lewis And The News , Culture Club , MC Hammer and Kula Shaker - vencedores na mesma categoria em anos anteriores - pondo em causa o critério de escolha de quem atribui estes prémios.

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Por outro lado, tivemos uns Arctic Monkeys cheios de estilo - na foto à chegada da cerimónia, nas tradicionais poses na passadeira vermelha - mostrando como um típico britânico se veste, ou deveria vestir, para uma gala desta importância. Mais tarde, no palco - visivelmente embriagados de alegria e cevada - percebeu-se o tremendo esforço de Alex Turner em fazer o típico discurso de agradecimento, mas à falta de inspiração - e depois de muito enrolar a língua -  finalizou com um Thank you everybody , We're the Arcitc Monkeys and we are the most fantastic " - teoricamente a melhor maneira de começar um discurso - antes de serem expulsos pela Osborne do palco.

Quem parece ainda não ter esquecido a adaptação/paródia que os Arctic Monkeys fizeram da música Love Machine - que basicamente transformaram uma música má numa música extremamente viciante - foram as Girls Aloud que, quando filmadas durante o discurso dos Arctic Monkeys , enviaram uma mensagem personalizada através de Cheryl Cole.

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Destaco ainda os discurso vitorioso de Kaney West (Melhor Artista a Solo Internacional) que teve, pela primeira vez, a humildade de admitir que nada quer com a humildade (redundância?!?) admitindo que o seria se houvesse alguém melhor que ele...

Links :
Discurso dos Arctic Monkeys Parte1
Discurso dos Arctic Monkeys Parte2
Mais fotos da cerimónia (NME)

P.S. Se as roupas dos Arctic Monkeys se tornarem uma tendência eu vou logo às compras para a Espingardaria Simões!
21
Fev08

Lindsay Lohan faz de Marilyn Monroe - Bert Stern

Pedro Martins
A actriz/cantora/modelo Lindsay Lohan aceitou o convite da revista New York para recriar o famoso set fotográfico da ícone Marilyn Monroe , intitulado The Last sitting ." - por ter sido feito semanas antes da sua morte. O set foi realizado pelo mesmo fotografo que, em 1962, captou as imagens ousadas de Monroe, no hotel Bel-Hair.
No set original Monroe atravessava uma fase decadente quer a nível profissional como pessoal tendo surgido nestas fotos mostrando a sua face mais frágil e intimista sem nunca esconder o seu lado sexual, pelo qual era conhecido e que a tornou numa sex symbol intemporal.

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Esta produção, levado a cabo pela revista New York, está ,na minha opinião, muito bem conseguida e a escolha de Lindsay Lohan surge quase como óbvia, não só pela fase profissional/pessoal atribulada que atravessa mas também pela sensualidade que esta consegue transmitir a cada imagem.

Links :
Set Fotográfico (New York Magazine)
Preparação do Set (New York Magazine)
Fonte do post (PopCrunch)
Set orginal - The last Sitting
17
Fev08

Dealema - Sala 101

Pedro Martins
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"Sala 101" é o nome do primeiro single do próximo álbum dos Dealema , depois de em 2003 terem lançado o seu primeiro trabalho - depois de muitos anos a batalhar e de trabalhos paralelos. Ultimamente para além das típicas participações noutros álbuns podemos ouvir o Mundo e o Ex-pião em trabalhos a solo - destaco a Máscara do Ex-pião um álbum de hip-hop difícil de ouvir e que requer alguma insistência , pelo menos comigo foi assim.
Quanto ao que pudemos ouvir neste "Sala 101" agrada-me, é um som tipicamente Dilemático , mas obviamente é inconclusivo - apenas destaco a participação do Ex-pião que no primeiro álbum parecia estar mais escondido, ou é impressão minha?

Ficamos à espera!
Link
17
Fev08

A rádio Nacional (?!?) - Parte 2

Pedro Martins
Antes de mais dizer que o título mais correcto para este texto seria "um comentário que virou post " mas que, para garantir uma ligação ao post em questão, decidi adoptar o mesmo título.

Às tantas o xCunhax diz, no seu comentário, se não serão as rádios vítimas da 'descultura' dos portugueses, em vez do contrário - opinião que considero totalmente válida mas que pessoalmente discordo. Chamem-me ingénuo mas ainda não perdi totalmente a esperança na raça humana para concordar com tal afirmação. Acho sinceramente que as pessoas "consomem" aquilo ao qual tem acesso e que, quando passado em doses industriais a toda a hora, lhes fica (inevitavelmente) na cabeça. Se uma Rádio "da" Cidade passasse "i'm Waiting for the Man " (Velvet Underground ) tantas vezes como passa um "Rise Up" (Yves Larock ) as pessoas ouviriam de bom grado certamente. Um ser humano é caracterizado, em parte, pela cultura que tem ao seu dispor e é ai que a comunicação social tem um papel preponderante não só alimentando essa "fome" como incentivando à auto-suficiência/independência, algo que rádios locais como as referidas no post anterior fazem.

Outro ponto - e agora discordando em parte com o que escrevi no outro post - é que talvez o problema não seja tanto o medo de arriscar mas sim o poder das editoras junto da comunicação social e, neste caso, das rádios. Talvez essa seja a forma mais sustentável de uma rádio conseguir sobreviver mas, por outro lado, temos as rádios que pertencem, directa ou indirectamente, a editoras/produtoras e ai o jogo de interesse torna-se inevitável.

P.S. xCunhax , não tomes este post como uma critica à tua opinião, é meramente uma resposta que comecei a escrever na zona de comentário mas que se foi estendendo ...

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