21
Mar07
Dia Mundial
Pedro Guerreiro
Infeliz ideia esta a de fazer coincidir "primeiros dias de Primavera" com "Dias Mundiais de Poesia", "Dia Mundial do Sono", "Dia Mundial da Infância", "Dia Internacional contra a Discriminação Racial", "Dia Mundial da Árvore", "Dia Universal do Teatro", "Dia Mundial do Sindroma de Down", entre mais quatro ou cinco "Dias" que interessarão a um número médio de 2,431 pessoas. Em princípio, os lesados por qualquer coisa.
Há sempre gente disposta a criar um grupo em homenagem a. Por uma causa. O dia do Perry, o meu falecido cãozinho! O dia das pessoas que não gostam de acordar cedo. O dia das pessoas que por uma fantástica coincidência conduzem às 18:34, às sextas-feiras. Fenómenos.
Saltamos os dias correntes e, por sermos Portugal, saudamos o dia da poesia, qual mundial, quais quê! Portugal é país de poetas, diz-se, e poesia, pertença de Portugal.
Porque hoje em voga: O'Neill.
Há sempre gente disposta a criar um grupo em homenagem a. Por uma causa. O dia do Perry, o meu falecido cãozinho! O dia das pessoas que não gostam de acordar cedo. O dia das pessoas que por uma fantástica coincidência conduzem às 18:34, às sextas-feiras. Fenómenos.
Saltamos os dias correntes e, por sermos Portugal, saudamos o dia da poesia, qual mundial, quais quê! Portugal é país de poetas, diz-se, e poesia, pertença de Portugal.
Porque hoje em voga: O'Neill.
Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca,
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto,
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas, inesperadas
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído,
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.
Como se tivessem boca,
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto,
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas, inesperadas
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído,
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.
Alexandre O'Neill
(belissimamente musicado por Mariza)
(belissimamente musicado por Mariza)