La Mano de Diego...
Chega um tipo a casa depois de uma tarde de futebolada com a rapaziada e dá de caras com a notícia choque de que o Maradona pediu desculpa aos ingleses pela "Mão de Deus".
Caraças pá, é coisa para estragar por completo o humor de uma pessoa. Então el Pibe, mestre da matreirice e da raça argentina vem agora, qual madalena arrependida dizer isto?: "Se pudesse desculpar-me, viajar atrás no tempo e mudar a história, não hesitaria."
Hoje, dia 31 de Janeiro de 2008 é um dia triste para o futebol mundial. O Diego Armando Maradona incómodo para a FIFA e para os senhores do futebol foi-se abaixo, ou então pediu férias antes de responder às perguntas do periódico inglês The Sun.
Não obstante, continuo na dúvida se Maradona terá mesmo proferido tais afirmações, muito por culpa da fraquinha reputação do The Sun nos domínios da verdade. Espero sinceramente que não tenha dito, ou se disse não estava na sua perfeita saúde mental, de certeza.
A "Mão de Deus", primeiro golo marcado contra a Inglaterra no Mundial 86 fez antever uma noite de glória para as hostes argentinas, uma noite de revanche, de explosão, de vingança mesmo. Apareceu antes do melhor golo de todos os tempos, mas disputam os dois por certo o lugar de golo mais marcante da história do futebol. Enquanto que no segundo golo Maradona devastou sozinho a equipa britânica pondo no relvado a paixão, a magia e a arte futebolística do Mar del Plata , simbolizando o que de bom e bonito tem o futebol, o primeiro golo, a "Mão de Deus" serviu para humilhar os ingleses, retribuindo a humilhação sofrida pelo povo argentino aquando da derrota na guerra das Malvinas.
Ambos são ainda hoje intragáveis para o futebol inglês, não sendo de bom tom sequer mencionar a argentina em qualquer estádio.
A "Mão de Deus" é o maior insulto de todos os tempos, um manguito maior que a humanidade, imagem do futebol de rua jogado pelo povo para o povo, um presente de Maradona para todos os sorrateiros idealistas e sonhadores. É futebol com sarcasmo. É futebol com ironia. É futebol
Não aceito o pedido de desculpas de Maradona. A "Mão de Deus" não me ofende, eu gosto de futebol.
"Ahora sí puedo contar lo que en aquel momento no podía, lo que en aquel momento definí como "La mano de Dios"... Qué mano de Dios, ¡fue la mano del Diego! Y fue como robarle la billetera a los ingleses también..."